domingo, 18 de abril de 2010

Amavisse; Hilst.

Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Th Oldies.



"Aqui há aroma de coisa antiga, voz de Billie Holiday.

Algo entre um brando niilismo e uma sorridente melancolia, para as almas que se alojam na poesia, que afagam a literatura com os dedos, que se alimentam de um quê de existência que é meigo, rico, volátil, extracorpóreo.

À todas as pessoas cujas reflexões, fantasias e metas baseiam-se naquilo que o mundo teima em negligenciar: o AMOR, em todas suas instâncias, a afabilidade, os poemas, alguns acordes, a sensibilidade e a necessidade de deteriorar tudo que for ordinário, vil e cotidiano.

Me, myself & I é um estado de espírito. Um ode aos amores que são abrigos, amigos, sentidos.

Que gostam de ler Clarice ou Nietzsche juntos, que sabem que sexo é as vezes sexo sem ser foda, como apregoam, ocorrendo frequentemente num auge de olhares, conversas e cartas.

Um ode a quem já é apaixonado mesmo estando só e que por enquanto habita num purgatório."

Gosto muito dessa descrição...