quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

cores

5 minutos e 34 segundos exatos, com o papel e a caneta na mão.
5 minutos e 34 segundos exatos, encarando um copo de suco de alguma fruta não lá muito apetitosa.
5 minutos e 34 segundos pra tirar (sofridamente) da poeira dos tempos as primeiras letras aqui escritas: 5 minutos e 34 segundos, exatos.

Daqui a diante não é inspiração, não é nem nunca foi.
Inspiração!
E alguém me explica?
Foram exatamente os minutos que me permitiram sair da folha em branco.
Branco cor de cor nenhuma.
A explicação é o puro espelho do que eu era antes de tal intervalo de tempo, antes de ousar a escrever, branca cor de cor nenhuma. Eu fui cor nenhuma e o esforço é para não sê-lo e espirrar as primeiras letras como a fuga pra fugir da coisa nenhuma.
E eu sou lá menina-mulher de ser coisa nenhuma?
Sacrifício maior então foi ter percebido esse imenso branco que eu tinha à minha frente, o branco da vida... e eu achando que tudo era mais vermelho!
Só não sabia que pra descobrir a vermelhidão antes tem que ser branco cor de nada, antes tem que ser pó branco e depois cor de fogo e fênix, no velho clichê da ressurreição.

Obrigada quem-for-que-seja pelos 5 minutos e 34 segundos!!