terça-feira, 13 de julho de 2010

Baixo a cabeça para ouvir o silêncio (que é tocado numa nota só. aguda)
Como não transparecer?
Vivi de fato mais anos do que tenho. Cronologicamente definidos.
Consegui driblar o tempo,
um façanha de transformar segundos em eternidade,
onde o vice-versa também vale.
E todos aqueles papéis e cigarros mal fumados?
Agora pó e cinzas.
Triste fim para os tempos 'simbolistas'.
Eu realmente costumava ser mais sarcástica.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

do Cortázar.



Na realidade somos como as cómédias quando se chega ao teatro no segundo ato. É tudo muito bonito, mas não compreendemos nada. Aliás, isto já foi dito por Shakespeare; e, se não disse, tinha obrigação de dizer.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

São sempre eles,
esses mesmos sentimentos.
Algo como um karma, nature/nurture.
Desde os princípios dos séculos, desde o átomo primordial eles estavam ali.
Sempre existiram essas máximas de amor cósmico.
Desde a primeira vez que eu te vi essas máximas já existiam.
Elas passaram pelas gerações, passaram pela eternidade dos momentos de paixão, pelos beijos, pelas chamas, pelos olhos famintos de outras pessoas até chegar em nós.
Os grandes filósofos, os grandes pensadores já falavam dele, o amor.
Da primeira vez que eu te vi, meus sentimentos então ultrapassaram a realidade, porque na verdade, eu sempre senti isso por ti.
Os sentimentos vieram antes de você, vieram antes de mim, já estavam ali.
Eu só fiz sentí-los.
Eu só fiz enxergar.
Depois de anos, eles ainda existem.
Intactos.
Vem!
Vem ter comigo de novo, os ecos do mais primitivo sentimento passional, a resposta astronômica da compaixão divina. O amor vai além desse período insignificante de infinitude, a vida, mais que um trago, mais que um 'post'.
A tão importante resposta do clássico 'E agora, engole ou cospe?', tão bonito em significados e tão difícil na prática, 'Abrir ou não abrir?'.
Ah, o amor!!

domingo, 18 de abril de 2010

Amavisse; Hilst.

Como se te perdesse, assim te quero.
Como se não te visse (favas douradas
Sob um amarelo) assim te apreendo brusco
Inamovível, e te respiro inteiro

Um arco-íris de ar em águas profundas.

Como se tudo o mais me permitisses,
A mim me fotografo nuns portões de ferro
Ocres, altos, e eu mesma diluída e mínima
No dissoluto de toda despedida.

Como se te perdesse nos trens, nas estações
Ou contornando um círculo de águas
Removente ave, assim te somo a mim:
De redes e de anseios inundada.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Th Oldies.



"Aqui há aroma de coisa antiga, voz de Billie Holiday.

Algo entre um brando niilismo e uma sorridente melancolia, para as almas que se alojam na poesia, que afagam a literatura com os dedos, que se alimentam de um quê de existência que é meigo, rico, volátil, extracorpóreo.

À todas as pessoas cujas reflexões, fantasias e metas baseiam-se naquilo que o mundo teima em negligenciar: o AMOR, em todas suas instâncias, a afabilidade, os poemas, alguns acordes, a sensibilidade e a necessidade de deteriorar tudo que for ordinário, vil e cotidiano.

Me, myself & I é um estado de espírito. Um ode aos amores que são abrigos, amigos, sentidos.

Que gostam de ler Clarice ou Nietzsche juntos, que sabem que sexo é as vezes sexo sem ser foda, como apregoam, ocorrendo frequentemente num auge de olhares, conversas e cartas.

Um ode a quem já é apaixonado mesmo estando só e que por enquanto habita num purgatório."

Gosto muito dessa descrição...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Do you wantá cáp of teaá?

Depois desse mormaço o que eu quero é vento! é água!
Vento corre longe infinito, água corre invisível nos canos de baixos do meus saltos e sapatinhos.
Gosto de saber que existem mundos, pessoas-mundo que não conheço, quem serão?
Ninguém sabe meus mistérios, debaixo dessa tinta existem fios loiros.
Do you wánt sáme teaá?
Os uivos dos ventos pra mim são sempre prenúncios.
Fique longe de mim, não alimente meus impulsos!
Do you wánt sáme sugár?