quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Aqui nesse quarto fito curiosamente, no apertar de olhos, as margens da minha sombra borradas de vodka... me sinto elegante e febril como uma serpente pronta para dar o bote.
Observo meu reflexo roxo e apagado tropeçar em uma parede e mudar de tom. Azul, rosa, roxo de novo.
E existo mais em dias rasos assim, na minha imensa fragilidade, no atrito de cinco mil sentidos... Ninguém me rouba a solidão.
Ouço uma música baixinha, um barulhinho bom.
Passo delicadamente minha mão por essas teclas e não abuso.
Não assumo mais do que meus dedos podem sustentar.
Ando na ponta dos pés, grafo com a ponta das unhas e aponto meus dedos direcionando silêncios, não quero assustar os termos.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Silence

"Esteja alerta para a regra dos 3

O que você dá, retornará para você

Essa lição você tem que aprender

Você só ganha o que você merece"

São nos momentos de fragilidade que você descobre seus anjos sem asas, são nesses momentos que você descobre quem vai com você até o final (do tormento), que você descobre o porquê de um dia depois do outro, e lembra do orgulho que você esqueceu, do que deixou de proporcionar às pessoas porque estava tão vulnerável.

Uma vontade de se trancar em um quarto e deixar que ninguém se contagie com suas últimas experiências fracassadas, com a esperança jogada ao poço; Ninguém é dono dos meus problemas, nem eles são donos de mim.

Então por teimosia meus anjos se deixam contagiar pelos problemas, pra compartilhar tudo comigo, num ato quase santo.
São meus anjos sem asas.

Sabem que eu não posso dar nada em troca, porque há uns meses eu estou vazia e à flor da pele, não sou a de antes. Machucada na alma.

É aí que elas sugam tudo que me aflige, e depois me preenchem de mim mesma, me tiram as vendas dos olhos, me devolvem à mim mesma. Me fazem sentir o gosto de uma boa cerveja, o som de uma boa música, me fazem rir como nunca, até a barriga doer e os olhos chorarem (de coisas boas).

São meus anjos sem asas.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009


É coisa de mulher...

Ter algum prendedor de cabelo que dure mais de 3 meses sem sumir misteriosamente, conseguir andar de salto alto, saber dos seus ângulos mais atraentes e fingir que não sabe o que tem de mais bonito no corpo, sentir ciúmes e fingir não ter, sentir ciúmes e brigar por ter, escrever textos dramáticos ‘Ó destino cruel! Por que eu sinto tanto?’.

É ter desejos incontroláveis por comidas extremamente estranhas, ter vícios periódicos por coisas não-notáveis, esquecer o guarda chuva em todo lugar que vai, é todo santo dia estar num Bad Hair Day, é chorar por alguém e dizer pra Deus e o mundo que você nunca seria boba de chorar por ninguém, ter raiva de dizerem que é sexo frágil mas bem no fundo admitir que isso é verdade. Ter tpm (uma desculpa pra extravasar) e chorar horas a fio sem saber porquê e por quem, dizer muito e não falar nada, falar pouco e dizer muito.

Se sentir igual ao resto do mundo, é surpreender, ser sensitiva e saber que isso é um dom forte, ser menina pra sempre, ter nostalgias, pipoca, filmes e amigas, ter baixa imunidade, ouvir músicas que arrepiam, sentimentos que dão dor na barriga, saber que se tem o poder, saber que se tem, que se pode ou não dar, que se gera um ser humano e ter a decisão de querer ou não ter, brincar com o sentimento de poder só pra ser mulher. Ser mulher enfim, é uma vida lindamente condenável, uma vida de rosas e espinhos, é uma vida de mulher e é só uma, é só essa aqui.


Texto escrito com os conselhos da Débora, minha amora e amiga sempre.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

‘O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece.’

Velho Buk.