sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

the killing moon.

A lua volta e meia faz isso; torna-se inteira e implacável. Nessas horas não há tristeza que se aguente em pé, nem a apatia da eternidade diz alguma coisa, fica parada, hipnotizada por sua dança de retalhos. Ela demonstra solidez, isso é importante. Totalmente real e exata, uma doce imagem calva e sem face. À flor da pele, despida de qualquer pele.

Fitando-a assim, não preciso tentar fazer sentido. Posso olhar e ser, sem passado ou futuro, sem ter que definir os milhares fios de pensamentos que me invadem.
Pega-me de surpresa, a lua puta.

Eu posso fazer tudo, estou quase lá e nao chego, não volto, mal estou aqui. Você sente minha falta? Um dia desses retornarei, você vai saber, vai poder ver, sentir, tocar; agora por enquanto, a redoma me aquece mais. A apatia não é somente indiferença, é também autopreservação. Eu sei que me repito demais, mas essa é a única forma de entendimento, às vezes preciso bagunçar alguns pedaços do passado para ter algum futuro.
Mas enquanto isso, por favor, me poupe de sua indecisão...

Nenhum comentário: