quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Luzidia-me ... ?

Queria tanto afundar nessa luz alaranjada e quente.
Há algo nessa luz que invoca todo um estado de nostalgia e a procura de aconchego num espaço claro e almofadado.
Há qualuqer coisa nessa luz de verão que nos faz pegar um álbum de fotografias e folhear os cantos das nossas memórias.
Há qualuqer coisa hoje que me faz querer agarrar essa luz e não partir nunca das almofadas do sofá.
Há qualuqer coisa alaranjada hoje, que me desfia a alma em sorrisos e um cansaço estranho e confortante.

Uma luz que tanto nos deixa dormir no sofá, enquanto se gira o pé no ar, como nos faz largar a preguiça num canto e pisar no chão gelado, com os pés nus e andar assim pela rua no fim ou início de um dia quente.
Aquela luz que me faz por uma música e rodar de braços abertos numa harmonia qualquer que me eleva. Sem tocar com os pés no chão. E expressar um sentimento de euforia e ao mesmo tempo de moleza interior. Aquele misto de verão, de ernergia e calma.
Que nos faz sorrir.
Só um sorriso.
Como se estivéssemos apaixonados a vida inteira e nada nos fizesse mudar essa atitude descontraída, de quem não tem um cravo amargo para tirar do canto dos lábios com a língua.

Quero mesmo essa luz, pois os dias são cruéis e há uma velocidade que me entra no cérebro que massacra essa simplicidade.

Porque tudo é na realidade simples... tão simples.

Nenhum comentário: