quinta-feira, 22 de maio de 2008

Devaneios de uma rapariga

Observo imune à cada palavra que surge em minha cabeça, todas elas são voláteis e extra-abstratas. Coloco aqui as que ficam.
Lá fora outono, aqui dentro inverno.
Lá fora amores, aqui dentro indiferença.
Meço as feridas quase cicatrizadas, mas que ainda doem.
Lá fora música, aqui dentro ecos.
Lá fora vida, aqui dentro sonhos.
Quebro um salto alto, alargo um decote, misturo perfumes, rasgo cartas, dobro as peças de roupa, desafino o violão, leio dicionários, jogo fora os papéis da gaveta, rego flores com gasolina, conto mentiras ao espelho, vejo filmes repetidos, mesma música, mesmos acordes, um pouco mais de Hershey`s, pouco menos de vodka, Pringles sempre, gelos de côco com whiskey, cigarros mal fumados, balas de hortelã, peças comestíveis, um babydoll de algodão, livros mofados, muitos deles, o telefone toca, não atendo, não arrisco, escrevo, escrevo e escrevo.
Pronto, fuga bem sucedida.

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