domingo, 26 de outubro de 2008

boom.

O céu cobre o mundo e não protege ninguém.
Os dias comen uns aos outros. São engolidos rápido demais para minha memória captar.
Debaixo dessa cama de ossos eu sinto as palavras pulsando e se debatendo para sair. Estão cansadas de tanta colisão, cansadas de serem escravas de meus comentários vagos e cansadas de existirem em um ritmo frenético apenas para serem sedadas, carimbadas e engavetadas mesmo antes de brotarem na língua, antes do fim.

Não tenho medo do fim, esse treco-inonimável-que-me-leva-para-o-outro-lado.

A morte não vem ao caso, ela nunca é o caso. Seria um desfecho simplório para uma história tão intensa. A morte não machuca o suficiente, dura um segundo. É o que nao posso falar, não há nada a ser dito. Morrer... é engasgar?


’Oh não! E todo esse tempo eu pensava...’
Esse é o problema, você pensa. Deixa comigo, deixa eu ser sua vida inteira, sua cicatriz, deixa eu ser seus buracos. Posso te suspender no ar, abrir as cortinas, colorir a paisagem da sua janela, posso até serrilhar suas amarras. Vem, segura na minha mão!
It`s show time...

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